quinta-feira, 22 de julho de 2010

        CARMEN MIRANDA
         Patrimônio da Lusofonia
J. Jorge Peralta
            Carmen Miranda, a Pequena Notável, que Portugal está revendo em grande exposição, em Lisboa, está sendo vítima de trapalhadas americanas.
            Dela falamos em crônica, anterior:
Como quase tudo que é brasileiro e português, os herdeiros dos direitos da imagem da célebre cantora e artista, e os seus amigos, não souberam divulgar o nome como merece, mantendo-a viva na alma do povo.
Herdeiros?! Artista deveria  ser declarado Patrimônio Imaterial  Nacional. A Nação deveria   zelar por seu nome, sua imagem e sua divulgação.
Rui Castro escreveu a s melhor biografia, de Carmen Miranda, que, podia ser mais cuidada.
Assim mesmo valeu.
Agora um americano quer fazer  um filme da artista. Boa ideia?! Talvez, desde que respeite a identidade da personagem.
Parece não ser o caso. A figura brasileira de Carmen Miranda, desde  o título, está passando, por dançarina Cubana ou Mexicana, que fala espanhol, como diz Rui Castro.
Ao menos o roteiro do filme é uma afronta à Lusofonia. O nome previsto do filme é “Maracas” que tem pouco a ver com a artista.
Carmen Miranda, como bailarina Cubana ou Mexicana?! Nunca. Nada contra os Cubanos ou contra os Mexicanos. Apenas  a cada um  o que é seu. Carmen Miranda é nossa. É patrimônio da Lusofonia. É uma artista  de primeira grandeza. Quem a conhece, sabe.

Infelizmente, os americanos não conhecem o Brasil e os Brasileiros.
De América Latina só conhecem seus vizinhos mexicanos e cubanos.
A Lusofonia não chegou aos EUA. Lastimavelmente.
Carmen Miranda precisa ser lembrada, com sua identidade autêntica, falando português...
O cineasta pode fazer a artista a seu modo, desde que respeite o modo de ser dela mesma.
Que os herdeiros e guardiões do nome de Carmen Miranda e da sua imagem saibam exigir, do cineasta americano, respeito à história da artista e respeito à Lusofonia. Isto é essencial. Que saibam fazer reviver Carmen Miranda e já terão um grande mérito.
Se o americano quer fazer o que os empresários do ramo, no Brasil e em Portugal, não conseguem fazer: Um Grande Filme de Arte sobre Carmen Miranda, que seja bem-vindo o americano.
Mas que seja bem assessorado par anão falsear a identidade de nossa artista.
Carmen Miranda, há muitos anos, deveria estar nas telas, com todo o seu peso, valor e sedução.
É uma artista descomunal, para quem souber ver fundo, semioticamente o que ela representa em nosso espírito, em nossa alma e em nossa cultura.
Carmen Miranda é uma marca  indelébel da brasilidade, naquilo que o brasileiro tem de melhor e de eterno, sem as banalidades que lhe atribuem.
Há outro projeto, no Brasil, para levar a história de Carmen Miranda às telas. Mas não prossegue. Compromissos devem ter prazos  de validade...
Que façam quantos filmes quiserem, desde que sejam leais à artista, aos seus valores e à lusofonia,  e tenham qualidade digna de se ver. Essa  deveria ser a norma.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Futebol e coesão nacional

FUTEBOL
E A COESÃO NACIONAL

J. Jorge Peralta
1. O Jogo Acabou! Viva o Brasil          
A Copa acabou, para o Brasil, hoje. Jogamos o jogo. Viva o Brasil!
A vida é assim; Um dia se perde outro dia se ganha. Ganhou o Espírito de luta! A vida continua no seu percurso normal, mas algo mudou.
Outros também precisam ter a sua vez. O sol nasceu para todos. Que vençam os melhores. A Copa é um grande paradigma da vida real; uma bela metáfora.
Mas que vençam os melhores, sem vergonhosas trapaças... e politicagens. Não queremos  navegar nessas águas turvas...
A Copa do Mundo pode ser  palco para novas reflexões.

No Brasil, algo acontece de extraordinário. Nos dias de Jogo do Brasil, na copa, o País, literalmente, pára.
Em São Paulo, o maior complexo urbano do Ocidente: (a Região Metropolitana da Grande São Paulo, uma área conurbanizada contínua, de 20.000.000 de habitantes), essa realidade unânime  é mais notória.
Nos dias de jogo tudo pára. As ruas, avenidas e praças ficam quase desertas, com muito menos carros e gente do que nos domingos e feriados. Pára o comércio, param as indústrias, pára tudo.
São Paulo não pára de  trabalhar. Só em tempo de Copa, cada quatro anos. Éh, meus amigos, para os pragmáticos eu aviso: Nem só de pão vive o homem!

É impressionante. Toda a gente está atenta ao desenrolar do jogo. Todos se alegram ou entristecem juntos. As grandes jogadas levam todos ao delírio. É uma catarse coletiva... Emocionante... É coisa bela, coisa de se ver.

A Bandeira do Brasil tremula, altiva, por toda a parte. Nos grandes prédios, como em casebres de favelas, tremula alegre e soberana a Bandeira Nacional. Há bandeiras imensas penduradas em prédios. O Brasil é um só corpo e um só espírito. Os corações batem em uníssono. A Copa do Mundo, a cada quatro anos, é o denominador comum de onde emana uma força estranha.
É alegria geral. Se ganhamos comemoramos, se perdemos... Também. Alguns ficam com cara de velório... Ninguém gosta de perder. Ninguém fica indiferente.

2. A Copa faz Bem à Gente
Minha gente, a Copa faz bem à saúde da nação. Faz bem a toda a  gente.
faz mal quando políticos oportunistas se aproveitam para colar, em si próprios, os méritos da nação, para se perpetuar no poder. Mas até isso todos relevam.
A Copa é tempo de perdão e de  fraternidade, sem discriminação.

Em tempo de Copa, como nos outros tempos, no Brasil só há brasileiros: com uma única etnia (?!) e uma única cor de pele: somos todos morenos, todos miscigenados, culturalmente. No genérico moreno estamos os brancos, os negros, os morenos, os amarelos e os vermelhos: as cinco raças do mundo. Cinco sim senhor!
O milagre do Brasil, este País Tropical, é que, na alegria e na tristeza, todos se irmanam, todos são solidários, sem distinção de raça, sexo ou condição social. Somos todos iguais neste país plural e multirracial. Neste país tropical.
No entanto, aqui temos gente de todas as raças que cultivam seus valores próprios, sem prejuízo da unanimidade nacional. É a realização do princípio: Unidade na Diversidade.

Circo, Bola

BOLA, CIRCO, PÃO E HONRA
Na Lusofonia
J. Jorge Peralta       

1. Ainda como reflexão sobre o Brasil na Copa do Mundo, acrescento:
Diziam os Romanos, na Antiguidade, que o povo quer “circo e pão”.
Dêmos-lhe circo e pão, mas nem só de “circo e pão” se faz um país grande e justo.
Não podemos usar o futebol e a Bolsa Família/Esmola para anestesiar todo um povo, amortizando-o, enganado, desiludido, acomodado, dependente como tetraplégico, e sem futuro. Um povo desiludido é um povo triste. Estamos chegando lá... Queremos um País livre, forte e próspero.
Além do Circo e Pão = Futebol e Bolsa Esmola, precisamos mais e melhor educação e  cultura, mais trabalho para todos e caça aos corruptos,aos desonestos, aos mafiosos, às quadrilha de aloprados, assaltantes da moral, da política, da honra, da cultura e dos bens de quem trabalha de sol a sol. Esses aloprados que hoje estão refestelados em prédios oficiais recebendo benesses por cargos que não passam de  trapaças.
Alguns dizem que o futebol é o ópio do povo. Eu diria: depende. No entanto, mais ópio do povo são as promessas e as trapaças de muitos de nossos políticos, com seus discursos sedutores e vazios e os discursos falaciosos de algumas “religiões” mercenárias que prometem o que não podem dar e ainda cobram por isso.

2. Gritemos de alegria pelo bailado da bola, rolando nos gramados, em grandes jogadas. Mas não silenciemos diante de tantos e tão torpes escândalos de nossos políticos e outras gangues...
Na luta aguerrida dos gramados, precisamos aprender a reagir contra a falta de boa educação e de saúde dignas da nação, a que ela tem direito, e lutar contra os gastos indecentes, de interesses escusos, contra as falcatruas e contra os impostos escorchantes e o abuso do preço da gasolina que não deixam  o país se desenvolver, na medida de suas potencialidades. É preciso dizer bem claro que quem sabe gastar bem o dinheiro é quem o ganha e não quem o recebe, sem mérito e depois o desperdiça. Impostos sim. Mas só os necessários. Que voltem ao povo em benefícios coletivos. O imposto é do povo e para o povo e não do governo. É da coletividade. O governo é apenas o gestor.

3. Enquanto o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) não estiver equiparado ao Desenvolvimento Econômico, os dois em torno da 10ª colocação, o país vai mal. O Brasil é a 7ª ou 8ª Economia do Mundo e seu IDH está num vergonhoso e constrangedor 73º lugar. O potencial econômico do país, não está beneficiando o potencial do Desenvolvimento Econômico não se refletir no desenvolvimento humano, o Brasil com todo os seus encantos, é um país claudicante e capenga.

4. Os princípios que aqui adotamos, valem para toda a Lusofonia, que queremos grande e forte, honrada e próspera, com um povo orgulhoso de seu país, de seu governo e com boa educação e bem-estar.
Ainda acredito que não há ninguém, no belo e promissor mundo lusófono, que não queira cooperar na limpeza de nossas políticas e de nossos políticos.
Todos queremos uma lusofonia de cara limpa e um povo honrado, trabalhador, confiante, responsável, sagaz, desenvolvido, soberano, atento e orgulhoso de seu país, com prosperidade, qualidade de vida e bem-estar social.
Mas não esqueçamos nunca:
“A garantia da Liberdade é a perene vigilância”. Os descuidados já são trapaceados. “A Justiça não protege os sonolentos”.
“Quem não é organizado é tutelado”.